Não há silêncio que não termine – Ingrid Betancourt

10 set

Não há silêncio que não termine traz o relato dos momentos vivenciados por Ingrid Betancourt, e sua luta pela sobrevivência e liberdade na selva colombiana.

Ingrid Betancourt formada no Institut d’Études Politiques de Paris, ex-deputada e ex-senadora, concorria à presidência da Colômbia nas eleições de 2002 quando foi sequestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Sofrendo todo tipo de privação ao ser mantida em cativeiro em meio a selva colombiana, Betancourt passou por grande pressão psicológica e diversas situações degradantes. Mas ávida em retornar a sua família resistiu a tudo com dignidade, contudo após quase sete anos de lutas, esperanças e fracassos seu pesadelo chega ao fim.

Mais que um drama, esta obra revela a força e a vontade de viver, uma verdadeira reflexão sobre o significado da liberdade.

Saboreie alguns trechos:

 “Levantei hoje de manhã como todas as manhãs, dando graças a Deus. Como todas as manhãs depois de minha libertação, levo alguns instantes, frações de segundo, para conhecer o lugar onde dormi. Sem mosquiteiro, em cima de um colchão, com um teto branco em vez do céu camuflado de verde. Acordo naturalmente. A felicidade não é mais um sonho.” (p.37)

“Os dias se pareciam e se arrastavam muito lentamente. Eu custava a me lembrar das coisas que tinha feito na véspera. Tudo o que vivia caía numa grande nebulosa e só memorizava as mudanças de acampamentos porque eram um sofrimento. Fazia quase sete meses que eu tinha sido sequestrada e sentia as consequências. Meu centro de interesses derrapara: o futuro não me interessava mais, o mundo exterior tampouco. Eram-me simplesmente inacessíveis. Vivia o presente na eternidade da dor e sem a esperança de um fim.” (p. 140)

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